
Um tribunal de Paris multou a ex-estrela de cinema Brigitte Bardot em 15 mil euros na terça-feira por incitar o ódio racial ao insultar muçulmanos. É sua quinta condenação em 11 anos por acusações semelhantes.
Bardot, que hoje é militante pelos direitos dos animais, vem repetidamente fazendo críticas à festa de Eid al-Adha, durante a qual os muçulmanos fazem o sacrifício de uma ovelha. Mas ela também já criticou outras tradições muçulmanas e a imigração de países islâmicos.
Sua condenação mais recente se deve a um folheto publicado em 2006 sobre a questão do Eid al-Adha, no qual ela descreveu a comunidade muçulmana na França como "esta população que está nos destruindo, que está destruindo nosso país por nos impor seus atos".
A promotoria tinha recomendado que Bardot fosse condenada a dois meses de prisão além da multa, mas a corte não acatou a recomendação. Bardot, que tem 73 anos e diz que não tem condições físicas de viajar, não estava presente quando foi anunciada a decisão do tribunal.
Além da multa, Bardot terá que pagar indenização simbólica por danos a várias organizações que combatem o racismo. O tribunal também decidiu que o veredito contra ela terá que ser publicado no boletim de sua fundação de defesa dos direitos dos animais.
O advogado de Brigitte Bardot, François-Xavier Kelidjian, disse que é pouco provável que a ex-atriz apele contra a sentença, porque já está cansada de julgamentos.
"Ela acha que estão tentando silenciá-la, mas ela não se deixará silenciar em sua defesa da causa dos animais", disse ela.
Bardot já foi multada quatro vezes desde 1997 por incitar o ódio racial. Os valores das multas foram aumentando gradativamente de 1.500 para 5.000 euros.
Símbolo sexual dos anos 1950 e 1960, a atriz loira protagonizou filmes influentes como "E Deus Criou a Mulher" (1956), de Roger Vadim, e "Desprezo" (1963), de Jean-Luc Godard.
Quando jovens, os Beatles se disseram seus fãs, e o compositor francês Serge Gainsbourg, que foi seu namorado, fez uma canção sobre Bardot que virou grande sucesso.
Desde que se afastou das telas, porém, Brigitte Bardot tornou-se uma figura cada vez mais controversa, cuja campanha em prol dos direitos dos animais vem perdendo espaço para seus ataques verbais contra gays, imigrantes e desempregados.
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